A força da poesia: Manoel de Barros e Dante Alighieri na FMLOA

{"time":1764163353173,"blocks":[{"type":"paragraph","data":{"text":"No dia 4 de outubro, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano recebeu Bianca Ramoneda e Eduardo Sterzi para o quarto encontro da Série Literária 2025, dedicado a dois poetas de universos estéticos muito distintos, mas igualmente fundamentais."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Na palestra de abertura, <i>Uma didática da invenção</i>, Bianca Ramoneda apresentou sua visão da obra de Manoel de Barros, destacando a rara capacidade do poeta de tratar assuntos profundos com simplicidade, humor e delicadeza — uma sofisticação que apenas grandes autores conseguem alcançar. Bianca – que é uma das maiores especialistas em Manoel de Barros – ressaltou também como sua obra dialoga com questões urgentes do presente: a crítica à lógica da produtividade e do consumo, o impacto da ansiedade contemporânea, a necessidade de escutar o meio ambiente e o empobrecimento da linguagem em tempos dominados por imagens."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Em seguida, Eduardo Sterzi apresentou a conferência <i>A vida sempre nova de um clássico</i>, dedicada a Dante Alighieri. Para Sterzi, Manoel de Barros e Dante compartilham dois traços essenciais: são leitores profundamente atentos de poesia e conferem à infância um lugar decisivo em suas obras. Sterzi destacou ainda a genialidade de Dante em condensar todo o seu mundo em um único poema. Suas imagens, tão potentes quanto precisas, parecem antecipar a linguagem cinematográfica — nossa imaginação do Inferno, lembrou o palestrante, deve mais a Dante do que a qualquer tradição estritamente religiosa e segue viva em grande parte do imaginário visual contemporâneo."}},{"type":"Header","data":{"text":"Sobre os palestrantes","level":2}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Bianca Ramoneda é jornalista e atriz, formada pela UERJ e pela Casa das Artes de Laranjeiras. Atuou no filme <i>As Meninas</i> e publicou o livro Só (1997), finalista do Prêmio Nestlé de Literatura. Trabalhou na Rede Manchete e, em 1998, estreou na GloboNews como apresentadora do programa <i>Starte</i>, além de comandar <i>Ofício em Cena</i>. No teatro, escreveu, produziu e atuou em espetáculos como <i>Inutilezas</i>, inspirado na poesia de Manoel de Barros, poeta cuja obra norteia parte de sua trajetória artística. Participou também do documentário Só <i>Dez por Cento é Mentira</i> e da novela <i>Viver a Vida</i>. Sua carreira combina jornalismo, literatura e artes cênicas, o que faz com que se considere, em essência, uma contadora de histórias."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Eduardo Sterzi é professor livre-docente de teoria literária na Unicamp e pesquisador do CNPq. É autor de obras como <i>Por que ler Dante</i> (2008),<i> A prova dos nove</i> (2008) e <i>Saudades do mundo</i> (2022). Como poeta, publicou <i>Prosa</i> (2001), <i>Aleijão</i> (2009) e <i>Maus poemas</i> (2016). Atua também como curador de exposições, entre elas <i>Variações do corpo selvagem e Desvairar 22</i>, esta última em parceria com Veronica Stigger e Marta Mestre."}},{"type":"Header","data":{"text":"Próximo encontro","level":2}},{"type":"paragraph","data":{"text":"O próximo encontro da Série Literária será no dia 6 de dezembro, quando Luciana Araujo Marques e Samuel Titan Jr. falarão sobre outra improvável dupla de autores: Lygia Fagundes Telles &amp; Gustave Flaubert."}}],"version":"2.18.0"}