Um design brasileiro nos anos 1950

linhas de uma casa modernista

{"time":1756754433008,"blocks":[{"type":"paragraph","data":{"text":"A mostra <i><b>Um design brasileiro nos anos 1950: linhas de uma casa modernista</b></i> recria o ambiente modernista da residência de Maria Luisa, Oscar Americano e sua família, destacando um aspecto ainda pouco valorizado pela historiografia do design: o têxtil. A curadoria é do artista plástico <b>Celso Lima</b> e o projeto expográfico é assinado pelo arquiteto <b>Marco Antônio Sousa Silva</b>."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"A exposição revisita a arquitetura e o design modernistas brasileiros, tendo como eixo central a casa projetada por <b>Oswaldo Bratke</b>, cujo conjunto arquitetônico é completado pelo paisagismo de <b>Otávio Augusto Teixeira Mendes</b> e pelas obras espalhadas pelo parque —o mural de<b> Karl Plattner</b>, as esculturas de <b>Karoly Pichler</b> e <b>Emanuel Manasse</b>, além dos pisos em mosaico português de <b>Livio Abramo</b> — todos harmoniosamente integrados ao verde da Mata Atlântica circundante. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Além da arquitetura, a exposição destaca os interiores concebidos pelo estúdio/loja <b>Branco&Preto</b> (1952), formado pelos arquitetos Carlos Millan, Roberto Aflalo, Miguel Forte, Jacob Ruchti, Plinio Croce e Chen Y Hwa. Também resgata a produção de duas importantes designers:<b> Irene Ruchti</b> e <b>Fayga Ostrower</b>, responsáveis pelas padronagens dos tecidos aplicados em forrações, cortinas e acessórios da casa, como almofadas e colchas."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"A colaboração desses profissionais ilustra de forma exemplar os caminhos do modernismo no Brasil do pós-guerra, quando influências construtivistas europeias foram reinterpretadas em diálogo com materiais, climas e referências culturais locais. O mobiliário em madeiras brasileiras e os padrões têxteis de linguagem xilográfica — evocando flora, culinária, dança e paisagens nacionais — demonstram essa síntese criativa, que se somava a estampas geométricas e listradas."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"A mostra reúne ainda obras de <b>Portinari</b> e <b>Di Cavalcanti</b>, que integravam a decoração original, o biombo criado por <b>Regina Gomide Graz</b> (cedido pela Coleção Yvani e Jorge Yunes), além de duas poltronas <b>M1</b>, projetadas em 1955 pela Branco&Preto e especialmente recriadas para a exposição pela <b>Etel Design</b>. Objetos de época e um mostruário de sedas, evocando o repertório cromático do grupo, completam a ambientação."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"<b>Irene Ruchti</b>, parceira e esposa de um dos arquitetos do Branco&Preto e ex-aluna do IAC/MASP, teve papel central como paisagista e designer têxtil, criando padronagens que se tornaram ícones do estúdio, como as estampas listradas. Já <b>Fayga Ostrower</b> é apresentada por meio de refações de padrões produzidos entre 1952 e 1955. Esses desenhos, originalmente aplicados em algodão, foram recriados em serigrafia com as paletas de cores do período, preservando sua força gráfica e histórica."}}],"version":"2.18.0"}

Celso Lima

Curadoria