Frans Post
{"time":1760010608362,"blocks":[{"type":"paragraph","data":{"text":"Frans Janszoon Post nasceu em 17 de novembro de 1612, em\nHaarlem, na Holanda, onde faleceu em 17 de fevereiro de 1680, aos 67 anos de\nidade. Casou-se em 1650 e enviuvou em 1664. Teve cinco filhos."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Dentre os seis pintores que o príncipe João Maurício de\nNassau-Siegen (1604-1679) registrou ter a seu serviço no Brasil Holandês, entre\n1637 e 1644, para documentar o Novo Mundo, Frans Post é considerado o mais\nimportante."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Filho de um pintor de vitrais, Post se interessou desde cedo\npor um dos gêneros mais valorizados na pintura holandesa da época: a paisagem.\nNão se sabe ao certo como se deu sua formação. Talvez tenha frequentado ateliês\nde prestígio como Salomon van Ruysdael (1602-1670) ou Pieter Molijn\n(1595-1661). De qualquer forma, a relação com a pintura holandesa da primeira\nmetade do século 17 é evidente em toda sua produção artística. Tinha apenas 24\nanos de idade quando Nassau o contratou para a viagem ao Brasil, onde residiu\nno Palácio das Torres, sentando-se à mesa ao lado do pintor Eckhout e do\nnaturalista e cartografo Marcgraf."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Em 1645, já de retorno à Europa, ainda a serviço do\npríncipe, Post realizou as ilustrações para o livro <i>Rerum per octennium in Brasiliae</i>, que Nassau\nencomendara ao poeta Barlaeus (1584-1648) a fim de registar seus feitos durante\nos oito anos de governo no Brasil. No ano seguinte, passou a trabalhar por\nconta própria, executando as paisagens das Índias Ocidentais – como eram então\nconhecidas as recém-descobertas Américas, que iriam celebrizá-lo."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Post não é considerado um artista fértil: os especialistas\nconhecem pouco mais de uma centena e meia de pinturas. Mesmo que muitos\noriginais tenham se perdido, se levarmos em conta que trabalhou por mais de\ntrinta anos, de 1637 a 1669, esse, de fato, não é um número expressivo. Dessas\ntelas, estima-se que um terço encontra-se em coleções no Brasil, sendo a da\nFundação uma das maiores do país."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Estilisticamente, pode-se compreender a evolução de Post da\nseguinte forma. Primeiro, há uma preocupação de ordem puramente documental,\nsua paisagem é serena e subordinada à realidade, sem concessão ao exotismo.\nNos poucos quadros conhecidos produzidos no Brasil, percebem-se nitidamente\nalgumas das características que marcam toda sua produção: linhas baixas do\nhorizonte com céus altos em planos abertos para uma vasta área, que se\ncontrapõem à vegetação ou aos motivos em primeiro plano, com desenhos\nsimplificados, mas meticulosos; além de certo colorido homogêneo de tons\nrebaixados, mais próximo à pintura holandesa do que à cor da paisagem. Em\nseguida, há uma crescente procura pelo exótico e pelo pitoresco – é assim boa\nparte dos quadros feitos após o regresso à Holanda, entre 1645 e 1659. Por\nfim, nas pinturas de maturidade, de 1660 a 1669, Post equilibra forma, cor e\nconteúdo, evocando poeticamente o cenário tropical de sua mocidade no Brasil."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Em seus últimos anos, Post viveu de forma obscura, entregue\nà bebida e sem capacidade de criação. Talvez a dimensão de seu êxito artístico\ncomo o primeiro e mais expressivo pintor da paisagem brasileira no século 17\npossa ser avaliada pela homenagem feita pelo amigo Frans Hals (1581-1666), que\nem meados de 1655 produz seu retrato."}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Frans Post ocupa lugar de grande destaque na história da\narte das Américas: foi o primeiro artista europeu a retratar a pujante natureza\ntropical, além de ter sido pioneiro na representação da paisagem brasileira."}}],"version":"2.18.0"}
