Brasil Colônia

{"time":1760010642819,"blocks":[{"type":"paragraph","data":{"text":"A coleção do período colonial da Fundação Maria Luisa e\nOscar Americano é formada por pinturas do holandês Frans Post (1612-1680),\nmóveis, prataria de ourives, tapeçarias, imaginária religiosa e louças,\nsobretudo porcelanas <i>Companhia das Índias</i>.\n"}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Do conjunto, destacam-se oito pinturas de Frans Post,\nartista holandês que acompanhou Maurício de Nassau ao Brasil, entre 1637 e\n1644. Elas foram adquiridas pela família Americano na década de 1970 e retratam\npaisagens de Pernambuco, revelando aspectos do cotidiano no nordeste\nbrasileiro. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Há duas tapeçarias francesas da Manufatura dos Gobelins,\npeças de grande eloquência e que pertenceram a Lord Byron. Foram adquiridas em\nLondres, na ocasião em que o mobiliário original da residência foi substituído\npor exemplares do século 18. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Do mobiliário, merecem um olhar atento as peças do chamado\nestilo D. José I (1750-1777), no qual se atenuam os traços da influência\nlusitana do século 17 e intensificam-se, inversamente, os influxos do\nmobiliário francês e do mobiliário inglês georgiano. Encontram-se também\nexemplares dos chamados estilos D. João V (1706-1750), ainda próximo da\ntradição ebanista portuguesa, e D. Maria I (1777-1792), apontando para a\nrenovação estilística do século 19, que terminaria por influenciar todas as\nartes. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Muitas das formas tradicionais que expressam o talento dos\nprateiros luso-brasileiros podem ser apreciadas na Fundação: a bela naveta D.\nJoão V, de artífice brasileiro, inspirada em modelos lusos; o conjunto de gomil\ne lavanda em estilo Dom José I; o cuité́ baiano D. Maria l e a bandeja de pé́,\nno mesmo estilo, mas já́ preludiando o século 19. Há, ainda, exemplares da\nourivesaria portuguesa do início ou de meados do século 19, como um imponente\npar de tocheiros do prateiro lisboeta Torcato José Clavina Bernardes e uma\nlâmpada de igreja, já da metade do Oitocentos. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"Dentre as louças, há muitas <i>Companhia\ndas Índias </i>– denominação popular de uma espécie de porcelana\nproduzida sob encomenda na China e talhada para o gosto ocidental. Há peças\nremanescentes de vários conjuntos, como três sopeiras com <i>présentoirs </i>com decorações denominadas \"Família\nRosa\", \"dos Galos\" e \"dos Pavões\", além de diversas\noutras peças deste último, célebre serviço da época de D. João VI. O acervo também\npossui peças com decorações denominadas \"Vista Pequena\",\n\"Correios Montados\", entre outras. "}},{"type":"paragraph","data":{"text":"No que concerne à imaginária religiosa do período colonial,\ndestaca-se a <i>Nossa Senhora </i>de Frei\nAgostinho de Jesus, do século 17, proveniente do antigo Convento do Amparo, da\ncidade de São Sebastião (SP), bem como a <i>Nossa\nSenhora do Carmo</i>, originária da Fazenda do Carmo, propriedade da família\nAmericano, em Itaquera (SP). Há, ainda, o belo <i>São\nMiguel Arcanjo</i>, obra mineira do século 18, e o raro fragmento de\naltar da Igreja de São Pedro dos Clérigos, do Rio de Janeiro, demolida por ocasião\nda abertura da Avenida Presidente Vargas na década de 1940. "}}],"version":"2.18.0"}